Criar personagens
Quando somos leitores, nos recordamos de obras que nos marcam ao longo da vida. Muito mais do que lembrar do enredo, a nossa lembrança vai direto para os personagens que compunham a trama. Nós nos envolvemos, temos emoções, criamos apego e eles permanecem em nossa mente mesmo após o término da leitura.
Essa relação que criamos pode ser por uma identificação com a personalidade da personagem, por querer acompanhar uma evolução ou até pelo sentimento de raiva e a curiosidade de ver como tudo se resolverá no final.
Do lado do leitor, é mais fácil apreciar personagens tão potentes e apaixonantes. Mas para os autores, como eles podem criar personagens que cativam o público e permanecem com eles em seu imaginário por muito tempo?
Antes de colocar tudo no papel, separe todos os itens em uma lista contendo:
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Aspectos físicos — esse personagem é alto, baixo, magro ou gordo? O que ele costuma vestir? Há algum acessório que você deseja ressaltar e que possa ter papel no desenvolvimento da trama?
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Relações dele com as pessoas ao redor — é uma pessoa que tem bastante amigos em seu círculo social? Ela mora com a família? Como é a relação no trabalho ou em outro ambiente em que a história acontece?
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Relações internas — quais são as diferenças de relações com as outras pessoas? Quais são seus sentimentos e emoções? Será que está prestes a explodir?
A ideia é colocar todas as informações no mesmo local para que você tenha fácil visualização e, ao escrever a trama, não se esqueça de algumas características que poderiam prejudicar a coerência da sua obra e até dificultar o envolvimento do público com o/a personagem.
Em seguida, defina quais são os objetivos: o que move esse personagem? Qual impacto esse objetivo terá na história? É um objetivo que pode ser modificado pela interação dos outros personagens? Perceba que mesmo quando fala-se de um único personagem, é interessante sempre expandir a visão para as ações externas e de outros personagens para que a narrativa flua da melhor forma.
A definição de um bom objetivo faz com que o público tenha uma motivação para se identificar e acompanhá-lo durante a história. O personagem do final precisa ser diferente do início por conta das transformações que aconteceram. Por isso, é interessante trazer características humanas: nós mudamos e a contradição em alguns momentos faz parte da vida.
Também é válido lembrar que a trajetória não é linear: objetivo > desafio > missão cumprida. É normal que obstáculos e barreiras apareçam no caminho, o que torna a narrativa mais interessante e provoca modificações no personagem.
Se precisar de ajuda, recorra aos arquétipos — que simbolizam motivações básicas do ser humano — como o herói, sábio e etc. Eles são muito utilizados para construir sequências em filmes de aventura, heróis e fantasia.
Por fim, defina qual o papel que esse personagem desempenhará na sua história:
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Protagonista: possui mais destaque e tempo em toda a narrativa. Seus objetivos são essenciais para o desenvolvimento da obra;
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Coadjuvante: responsável por fazer a história acontecer mesmo que apareça em segundo plano;
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Antagonista: é a principal barreira para que o protagonista atinja os seus objetivos.
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